Busca sem resultado
jusbrasil.com.br
19 de Abril de 2024

Ontem foi domingo e me droguei muito

Publicado por Murilo Acacio Almeida
há 10 anos

Publicado por Gerivaldo Neiva

Ontem foi domingo e me droguei muito. Comecei por volta das 13h e só fui parar depois das 22h. Éramos uns poucos amigos e amigas, casais amigos, e quase todos se drogaram também. Uns mais e outros menos. Petiscamos durante o dia e só no final da festa é que resolvemos comer algo mais consistente. Sorrimos muito e também tivemos momentos de conversa séria. Eu, por exemplo, quando me drogo, tenho momentos de euforia e de silêncio. Passo horas ouvindo as pessoas e outras horas com o olhar perdido. Depois, peço desculpas e retorno à euforia e boas risadas.

Um desses meus amigos gosta muito de misturar e reclama que não está sentindo nada, embora todos os demais percebam seu visível estado de euforia. Outro amigo tem sempre um copo de água ao lado, mas poucas vezes bebe a água. Outro tem o ciclo bem rápido e em poucas horas passa da sobriedade para a euforia, silêncio e sono; depois, quando os demais ainda estão na fase da euforia, ele já está completamente recuperado e começa do zero. Outro não come nada e justifica que se comer não consegue continuar se drogando e sente muito sono. Outro, ao contrário, tem sempre um prato de petiscos ao lado e justifica que não consegue se drogar sem comer. Outro, talvez só eu saiba disso, provoca vômito cada vez que vai ao sanitário para continuar se drogando e parecer sóbrio.

Drogas são drogas e ponto final. Todas elas alteram nossa percepção sensorial e, em consequência, a forma de ver o mundo. Esta relação das drogas com cada pessoa é única. Drogas é uma coisa e o efeito delas é algo absolutamente pessoal. Busca-se, portanto, algo entre a pessoa e a droga. Este algo é único e individual e reflete exatamente a história da pessoa com os efeitos da droga. Então, como cada um tem sua própria história, a relação dessa história com a droga também será uma história própria. Por causa disso, uns usam drogas apenas uma vez e não gostam, outros conseguem usar por muitos anos e não se tornam dependentes e outros não conseguem mais parar de usar depois da primeira experiência, tornando-se um usuário dependente.

Independentemente do caráter de legal ou ilegal, lícita ou ilícita, todas as drogas são drogas e estabelecem as mesmas relações com o usuário, pois não sabem se são permitidas ou não. Assim, o uso do tabaco pode causar um profundo bem estar ao fumante, embora possa causar inúmeros tipos de câncer. Da mesma forma, o álcool pode oferecer alegria e euforia e, ao mesmo tempo, causar uma infinidade de problemas à saúde de quem ingere álcool. Adentrando às drogas consideradas ilícitas, a cocaína pode causar sensação de autoconfiança e poder, mas pode também comprometer a saúde de quem cheira ou injeta. Também a maconha pode relaxar e proporcionar viagens leves e lentas, mas também pode causar mal à saúde de quem fuma. O ponto comum é que todas as drogas podem causar a dependência e se tornar um problema para o usuário, seus familiares e comunidade. No fim, o problema a ser enfrentado e discutido é por que alguns usuários se tornam dependentes e problemáticos e outros não. Sendo assim, como jamais conseguiremos acabar com as substâncias que alteram nossa percepção sensorial, interessa muito mais entender a mente humana, as tragédias pessoais e a desigualdade social do que proibir e criminalizar as drogas.

Pensando assim, fico a me perguntar, qual o fundamento jurídico, legal, histórico, filosófico, moral, religioso ou de qualquer outra natureza para considerar marginais e bandidos pessoas que usam algum tipo de droga? E mais, também me pergunto, por que as drogas fabricadas pela indústria capitalista, a exemplo do tabaco, álcool, ansiolíticos e antidepressivos, são consideradas lícitas e, inexplicavelmente, as drogas que não passam pela indústria capitalista são consideradas ilícitas, a exemplo da maconha e cocaína? Será, por fim, que o detalhe em comum seja exatamente este: a indústria capitalista?

Voltando ao começo, ontem fiz um churrasquinho em casa e convidei os amigos para matar a saudade, jogar conversa fora, comentar os jogos da Copa no Brasil e as consequências na campanha política, lembrar das aventuras passadas, dos tempos difíceis, empanturrar de carnes e, principalmente, tomar muitas cervejas. Abasteci o freezer com algumas caixas de cerveja, preparei costelinhas de porco e carneiro com toque final de alecrim; coração de frango, coxinhas da asa de frango, costela de boi ao forno com papel alumínio, calabresa mista apimentada (uma delícia!) e, como não poderia deixar de ser, saborosas picanhas com dois dedinhos de gordura. Na manhã seguinte, como sou de carne e osso, tinha as mãos trêmulas, boca seca, dificuldade de raciocinar e uma sede insaciável, ou seja, estava de ressaca.

Sei, por fim, que no mesmo domingo milhões de pessoas fizeram a mesma coisa e outros milhões usaram drogas consideradas ilícitas. Muitos, como eu, trabalharam normalmente no dia seguinte e outros, não tenho dúvidas, por conta exatamente de sua relação com as drogas, continuaram usando abusivamente e causando problemas à sua família e comunidade.

No mais, é muito provável que muitos policiais militares, que poderiam estar presentes em algum churrasco e provavelmente também de ressaca, resultado das cervejinhas do domingo, irão prender em flagrante jovens pobres, negros, periféricos e excluídos com pequenas porções de maconha ou crack, conduzindo-os a algum delegado, também de ressaca, que irá indiciá-lo, mais pela cor da pelé e condição social, como traficante de drogas. Em seguida, algum representante do Ministério Público, também participante do churrasquinho do domingo, irá representar pela prisão preventiva com fundamento puro e simples na “garantia da ordem pública” e, por fim, seu destino será escrito indelevelmente como acusado por tráfico de drogas quando as mãos trêmulas e boca sedenta de algum juiz de direito lhe decretar a prisão preventiva e lhe esquecer na prisão.

Domingo que vem tem mais churrasco com os amigos, muita cerveja e ressaca na segunda-feira, mas também terá muita galera fumando maconha, cheirando cocaína e fumando pedras de crack. A diferença é que uns, por conta da droga usada, cor da pelé e condição social, serão presos e condenados e outros, enquanto cidadãos respeitáveis, tomarão um engov ou epocler e assinarão mandados de prisão.

Gerivaldo Neiva é Juiz de Direito (Ba), membro da Associação Juízes para a Democracia (AJD), membro da Comissão de Direitos Humanos da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e Porta-Voz no Brasil do movimento Law Enforcement Against Prohibition (Leap-Brasil).


Fonte: http://www.gerivaldoneiva.com/2014/07/ontem-foi-domingoeme-droguei-muito.html?m=1#.U80rXcYyGvU.twi...

  • Sobre o autorCarpinteiro do universo, estadista e baiano.
  • Publicações17
  • Seguidores438
Detalhes da publicação
  • Tipo do documentoNotícia
  • Visualizações3476
De onde vêm as informações do Jusbrasil?
Este conteúdo foi produzido e/ou disponibilizado por pessoas da Comunidade, que são responsáveis pelas respectivas opiniões. O Jusbrasil realiza a moderação do conteúdo de nossa Comunidade. Mesmo assim, caso entenda que o conteúdo deste artigo viole as Regras de Publicação, clique na opção "reportar" que o nosso time irá avaliar o relato e tomar as medidas cabíveis, se necessário. Conheça nossos Termos de uso e Regras de Publicação.
Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/ontem-foi-domingo-e-me-droguei-muito/128662597

Informações relacionadas

Escola Brasileira de Direito, Professor
Artigoshá 7 anos

O que pode o devedor alegar na fase executiva? Veja aspectos da impugnação do cumprimento de sentença

Gerivaldo Neiva, Juiz de Direito
Artigoshá 9 anos

O amor foi aprisionado pelo medo e o Direito tornou-se o carcereiro

Anderson Gama, Advogado
Artigoshá 10 anos

Processo administrativo disciplinar militar

A recaída faz parte do processo de restauração do dependente

Editora Revista dos Tribunais
Doutrinahá 3 anos

1. O Executivo e a Atividade Normativa Primária Decorrente de Atribuição: As Medidas Provisórias

293 Comentários

Faça um comentário construtivo para esse documento.

Não use muitas letras maiúsculas, isso denota "GRITAR" ;)

Este prezado magistrado está atualizado com as novas ideias a respeito de descriminalização do consumo de drogas.

A própria ONU manifestou-se recentemente a favor da descriminalização do consumo.

Afinal, não precisa se aprofundar ao tema para afirmar que as medidas antidrogas existentes no mundo não tem surtido o efeito almejado.

A proibição não reduziu o consumo, porém, fomentou o tráfico. As drogas se tornaram caras em decorrência da proibição e, por consequência, um grande negócio.

Uma grama de cocaína vale o mesmo, ou até mais, que uma grama de ouro. Se transformar a cocaína em crack, o negócio torna-se ainda mais rentável.

Portanto, o que é preciso ser feito é transferir o controle da produção para pessoas sérias, sob um regime de normas que irão garantir a saúde do usuário ou, no mínimo, amenizar os seus efeitos destrutivos.

Enquanto existir demanda, existirá a produção, isso é inevitável. Porém, será melhor se a produção sofrer um controle do governo sob normas protetivas ao consumidor do que os lucros ficarem retidos na mão de organizações criminosas que faturam fortunas com a proibição. continuar lendo

Fácil falar de drogas e seus usuários. Coisas importantes não estão nesse texto. A droga não só altera a vida de seus usuários, como o texto tentou passar a ideia . Um usuário, tem o poder de interferir nas vidas de todos os seus familiares. Eu vivo em uma família que possui um dependente. É bonito e fácil falar em liberação. E as famílias que possuem dependente químicos. Reze pra não ter um filho ou irmão dependente. Hoje, andando pelas ruas fico triste pela quantidade de zumbis...
A liberação vai destruir mais famílias. A minha luta contra a dependência. Não deixe isso destruir a sua. continuar lendo

Sábias palavras Bernardo Herkenhoff Patricio.

Carlos Henrique Pereira, a partir dos 18 anos qualquer pessoa pode ir no supermercado e comprar uma garrafa de vodka, nem por isso todos somos alcoólatras. Tem pessoas que simplesmente experimentam e não bebem porque não gostam/querem.

Achar que manter algo proibido é a solução, é tão retrógrada quanto a ideia de que o Sol gira em torno da Terra. continuar lendo

Propaganda! Ver as pessoas usando, instiga as crianças. O problema não são os maiores de 18 anos. São as crianças. É fácil falar que são obrigações dos pais. A criança é moldada pelo mudo em que vive. continuar lendo

Carlos Henrique Pereira, por que não criminalizar o álcool e o tabaco? Agora se a sociedade politicamente permite o álcool e outras drogas pq não descriminalizar a maconha, por exemplo? Hoje as crianças convivem com adultos se drogando o tempo inteiro e crescem com a ideia preconceituosa de algumas drogas e outras não. Eu sou a favor proíbe geral ou libera de vez. continuar lendo

É ingenuidade pensar que a proibição dificulta o acesso às drogas. É possível encontrar em praticamente qualquer bar ou mesmo na rua, em uma esquina qualquer. E o preço absurdo que as pessoas pagam faz valer todo o esforço do senhor traficante, que sabe que está cometendo um crime de acordo com a lei vigente, e mesmo assim aborda as pessoas sorrindo, perguntando se querem "pó" ou "madeira", chegando a esticar uma carreira e até emprestar uma nota para que o ilustríssimo cliente cheire ali mesmo na rua. Infelizmente, a triste verdade é que a lei não dificulta o acesso a nada. continuar lendo

Não esqueçam que, independente de descriminalizar a droga ou não, a pessoa que tem vício (e não tem dinheiro), vai cometer um crime para obter a sua droga. Tudo leva a crer que se for descriminalizada, cada vez mais crianças e adolescentes passarão a usar drogas mais cedo. Num futuro próximo teríamos 20% dos leitos de hospitais com doentes em decorrência das drogas - AIDS, Sífilis, Hepatite, Tuberculose, acidentes de trânsito, traumas decorrentes de brigas (todo drogado vira valente) etc. Portanto não concordo com o pensamento simplista do Murilo. continuar lendo

O colega fala em transferir "o controle da produção para pessoas"sérias", sob um regime de normas que irão garantir a saúde do usuário ou, no mínimo, amenizar os seus efeitos destrutivos.".
Me parece um tanto surreal, garantir saúde do usuário de um produto que tem efeitos destrutivos.?
"Controle do Governo"? continuar lendo

O único interesse de liberação das drogas é o lucro que alguém terá, porem a ilusão do usuário que se vê em lucro ao consumir, na verdade só leva prejuízo ao próprio, depois a família e por consequencial a sociedade. continuar lendo

Ou seja, "Está no inferno? Abrace o capeta." Foi isso que você quis dizer, Bernardo?
Medidas antidrogas não dão certo porque tem muito peixe grande, incluindo políticos, ganhando com o tráfico. Dizer que legalizar as drogas vai resolver algum problema é contraditório. O que precisamos é parar de achar que a liberação de tudo que era proibido vai resolver os problemas.
Digo quais são os problemas da sociedade: Valores familiares destruídos por leis promíscuas, o estado querendo intervir na educação familiar, homens e mulheres que saem transando por aí e concebem filhos sem o mínimo de preparação e estrutura para mantê-los e discipliná-los deixando que as ruas sejam suas escolas, pais e mães que tem que trabalhar dia e noite para manter suas casas e acabam deixam que o mundo eduque seus filhos, novelas e programas de TV incentivando uma falsa liberdade de escolha. continuar lendo

Muitos falam das crianças que veem os adultos consumindo as drogas ilícitas. Mas as suas crianças já te viram consumindo as drogas lícitas? Vocês já se importaram com esse tipo de conduta e já pensaram se não estariam vocês induzindo-as para o mesmo caminho, o do alcoolismo, por exemplo? Muito fácil falar que os adultos 'estão isso' ou 'aquilo' quando não se analisa a própria conduta e o exemplo que se está mostrando. continuar lendo

Parabéns ao autor do artigo, pois estimula o debate de um grave problema social que a sociedade enfrenta: drogas. De fato, toda droga é prejudicial à saúde humana, seja ela lícita ou ilícita.

Segundo o Jornal inglês "The Lancet Medical Journal", o ranking das drogas de acordo com o dano causado é o seguinte:

1-) Heroína;
2-) Cocaína;
3-) Barbitúrico;
4-) Metadona;
5-) Álcool;
6-) Ketamina;
7-) Benzodiazepínico;
8-) Anfetamina;
9-) Tabaco;
10-) Buprenorfina;
11-) Maconha.

Baseado nessa pesquisa, a conclusão razoável é a de que TODAS as drogas deveriam ser proibidas, inclusive o álcool e o cigarro. continuar lendo

Concordo plenamente com o que disse o Exmo. Gerivaldo Neiva. Ao contrário do que alguns aqui afirmam, a visão dele não tem absolutamente nada de simplista. É preciso pensar e analisar profundamente inúmeros aspectos para se chegar a essa conclusão ao meu ver mais do que coerente. O problema é quando esse tipo de questão esbarra em estigmas sociais e ideológicos que muitas vezes anseiam por argumentações conhecidamente insustentáveis, numa tentativa quase que desesperada de preservar o conservadorismo ideológico ainda que injustificável e constatavelmente prejudicial. continuar lendo

Muito obrigado pela divulgação e comentários.

Evidentemente que não pretendo que todos concordem comigo, mas queria escrever um texto para provocar o debate sobre o assunto.

Parece que consegui atingir este objetivo.

No mais, não sou alcoolista e nem uso as tais drogas ilícitas.

Mais sobre o assunto em meu blog: www.gerivaldoneiva.com

Abraços a todos. continuar lendo

Só podia ser de Coité. És o cara, Dr. Bem vindo ao JusBrasil. continuar lendo

Muito bom o artigo.. Muito sensato, com certeza o objetivo foi alcançado..! (obs. Tbm não sou usuario de drogas rs).. continuar lendo

Meus parabéns. Corajoso o texto e mais, não foi produzido com hipócrisia. continuar lendo

..."outros não conseguem mais parar de usar depois da primeira experiência, tornando-se um usuário dependente." sem estímulo para o estudo, para o trabalho, sem dinheiro para suprir a necessidade do uso da droga, rouba a sociedade, rouba a família inclusive matam pai e mãe.
Melhor prevenir! continuar lendo

Amigo, com o devido respeito, mas não há um só traficante que não lute com todas as suas formas pela liberação das drogas.

O primeiro efeito, como você deve saber, é a liberação dos traficantes dos últimos trinta anos, ou seja, é colocar em liberdade um contingente de bandido como se nunca viu na história humana (a não ser que o projeto seja do sábio Jean Willys, ai só os policiais ficarão na cadeia).

Outro ponto que você desconsidera é o efeito devastador das drogas lícitas e com a ilícitas. No dia seguinte do seu churrasco, você vai ao banheiro, despede-se das carnes, toma um engov, muita água e, muito provavelmente, estará novinho em folha não. Agora as drogas ilícitas não, mesmo a maconha, que CAUSA (e não "pode causar" como insistentemente você expor em seu texto), perda de memória e aprendizado, problemas na coordenação motora e pode (ai sim) surtos psicóticos, xerostomia, depressão, distimia, apatia, ansiedade, câncer e disfunção erétil, ISSO só com a MACONHA OK, não vou nem citar a cocaína e o crack, que dizima a vida de milhares de jovens todo o ano no Brasil. Outro ponto é o alto poder viciante das drogas, principalmente as mais pesadas como cocaína e etc., que pode viciar com apenas uma utilização.

Outrossim, quem disse que com a liberação das drogas iria acabar com o tráfico??? Com devido respeito, mas só uma pessoa que nunca analisou honestamente esse tema é que pode falar uma besteira dessa. Você acha que as Farc's irá legalizar sua produção para pagar impostos??? Pô, isso é de uma inocência tremenda. Eles poderão até dar ares de legalidade ao seu funcionamento, mas nunca, jamais vão pagar impostos disso. Irá continuar as matanças, as buscas de espaço, A VENDA DE DROGAS NA PORTA DAS ESCOLAS PARA CRIANÇAS DE 10 ANOS, só que com uma diferença, eles estarão tranquilos porque o tráfico deixou de ser crime. Brasil se tornará o parque de diversões das Farc´s.

Aliás, por falar em Farc´s, apesar da sua absurda tentativa de imputar ao capitalismo o tráfico de drogas, sendo que os maiores traficantes encontram-se justamente nos países socialistas, onde encontram amparo governamental, veja as reuniões do Foro de São Paulo, você não menciona que as Farc´s, além de terrorista, financia a esquerda em toda a américa e treina PCC, MST e tutti quanti em táticas guerrilhas, além de armar esse pessoal, tá duvidando, leia o livro de seu colega Odilon de Oliveira. É esse pessoal que irá lucrar com a legação. E nem me venha falar que as empresas tabagistas iriam entrar no mercado, salvo se se transformassem em organizações criminosas, eles não tem área de produção, sistema de transporte, pontos de venda e etc., tudo já delineado e pronto para os traficantes.

Agora, se você ou qualquer policial queira estar presente em um churrasco ou coisa parecida e não labutando é simples, invista na iniciativa privada ué. continuar lendo

Parabéns pelo texto, é notório que a política do fogo contra fogo imposta a partir dos anos 70 (ou ainda mais cedo, 60) mostrou-se ineficaz contra o tráfico ilícito.

Não sou usuário de nenhuma droga ilícita, o máximo que faço é tomar um vinho nos fins de semana, isso sim gosto de fazer.

Gostaria de compartilhar um vídeo que assisti no youtube sobre as recentes pesquisas com a maconha, ao que parece as pesquisas produzidas na década de 70, foram "encomendadas" ou mal realizadas, no sentido de apontar a maconha como destrutiva, como o Sr. Roger Prado alega acima.

O neurologista da UFRJ, com doutorado em Harvard, Dr. João Menezes veio pesquisando e recentemente apontou resultados diferentes, eis o link: https://www.youtube.com/watch?v=uPIGUbfPzpw

Espero que a notícia seja difundida e que a própria comunidade científica tome alguma atitude a respeito. O fato de pesquisas serem encomendadas baixa a credibilidade da ciência. Confesso que fiquei espantado, ate então acreditava no que os jornais falavam... continuar lendo

Sr. Fernando Henrique, meu critério para o poderio destrutivo da maconha não está em estudos dos anos 60 ou 70, como você quer fazer crer, estou arrimado em pessoas como Içami Tiba, um dos maiores especialistas em terapia de viciados no MUNDO, Valentim Gentil Filho, professor da USP, Osmar Terra, dentre outros.

Veja um estudo feito pela OEA que têm demonstrado que, em todos os países onde houve algum nível de liberação das drogas, o consumo aumentou notadamente entre os jovens. Nos lugares onde houve maior tolerância com a maconha, seu consumo aumentou, verificando-se, também, um maior consumo de outras drogas perigosas. Este é o caso de Portugal, Áustria, Holanda, Reino Unido, alguns Estados americanos e o Brasil – exatamente os países que o autor do texto acima apontou. Hoje, 30% por cento dos jovens holandeses estão destruídos pelo consumo de drogas. Veja o estudo:
http://www.epochtimes.com.br/legalizacao-maconha-traz-serios-problemas-sociais-segundo-estudos/#.U9Abv0DyTAs

Agora, independente disso tudo, eu conheço usuários de maconha, trabalhei com um uma vez que fumava de cinco a dez cigarros de maconha por dia. Ele não conseguia lembrar na janta o que tinha comido no almoço. Era relapso, não conseguia prender a atenção e tinha claro déficit de aprendizado. Tanto que não durou nem um ano na firma continuar lendo

Sr. Roger, respeito sua opinião, mas discordo sobre um aspecto.

No seu comentário mais acima, o sr afirmou que no dia seguinte ao churrasco, basta tomar um engov e muita água e a pessoa está boa.

Discordo totalmente dessa visão, o álcool é tão prejudicial à saúde humana como todas as outras drogas ilícitas e também causa dependência, basta verificar a pesquisa realizada pelo Jornal inglês "The Lancet Medical Journal", que constata o ranking das drogas de acordo com os danos causados:

1-) Heroína;
2-) Cocaína;
3-) Barbitúrico;
4-) Metadona;
5-) Álcool;
6-) Ketamina;
7-) Benzodiazepínico;
8-) Anfetamina;
9-) Tabaco;
10-) Buprenorfina;
11-) Maconha.

Baseado nessa pesquisa, a conclusão razoável é a de que TODAS as drogas deveriam ser proibidas, inclusive o álcool e o cigarro. continuar lendo

Senhor Norberto,

Procurei o estudo e realmente não achei.

Agora, de cara, já me oponho a ele, a não ser que dentre os efeitos do álcool, por exemplo, estejam incluídos no estudos os acidentes de trânsito, o que é outra coisa completamente diferente.

Agora, dizer que o álcool e o cigarro são mais destrutivos que a maconha vai de encontro a tudo que eu li e sei a respeito. Sinceramente, tenho dúvidas da seriedade desta pesquisa (anote bem, não vi a pesquisa ok) continuar lendo

Sr. Roger Prado, apresento ao senhor a fonte da citação que faz referência à pesquisa mencionada sobre a nocividade das drogas:

Revista Domínios - XV - 162 - Nov/Dez. 11 - página 36.

A pesquisa possui suporte científico, logo apresenta credibilidade e, até onde eu sei, até hoje ninguém contestou os dados dessa pesquisa. continuar lendo

Mais uma vez, repito:
- meu propósito era provocar o debate;
- não sou alcoolista e nem faço uso das tais drogas ilícitas;
- depois de mais de 20 anos de magistratura, o que vejo é a "guerra às drogas" matando mais do que as próprias drogas;
- este debate é urgente e não podemos te rmedo de enfrentá-lo, assim como fez a Holanda, Portugal, Espanha, Colorado, Washington, Uruguay etc. continuar lendo

Texto extraído do sitio www.guiadoestudante.abril.com.br

As propagandas do fim do século 19 pregavam que a cocaína "tornava os homens mais corajosos e enchiam as damas de vivacidade e charme". Para ter uma ideia da popularidade da droga, o papa Leão 13 (1810-1903) estampava o rótulo do Vinho Mariani, um poderoso coquetel à base de cocaína e álcool criado pelo químico francês Angelo Mariani em 1863 -, que se tornou a bebida predileta do Sua Santidade. O médico Howard Markel, autor de Anatomy of Addiction (Anatomia do Vício), afirma que Mariani foi um dos primeiros a fazer fortuna com a cocaína - o "drinque do papa" conquistou rapidamente intelectuais e celebridades. A lista dos admiradores inclui os escritores Julio Verne, Henrik Ibsen, Alexandre Dumas e Arthur Conan Doyle (o criador do detetive Sherlock Holmes, um usuário notório). Thomas Edison e o ex-presidente americano Ulysses S. Grant completam a lista. Antes de morrer de câncer na garganta, em 1885, Grant redigiu suas memórias sob o efeito desse "vinho tônico". E é muito provável que tenha exagerado as façanhas e os efeitos da bebida.
Nesse passo, não fazendo apologia as drogas o simples uso consciente e terapêutico pode até ser benéfico ao ser humano.
A medida que se impõem é a conscientização, instrução, cultura e ensinamentos das crianças para adquirirem hábitos com a pratica de esportes e ingestão de alimentos mais saudáveis (abolir os churrasquinhos gordurosos ou pagar o preço para ter essa satisfação).

Fica a dica. continuar lendo

Parabéns pelo texto, nobilíssimo amigo!
Obviamente não se trata de uma apologia, mas de um ALERTA!
Eu já era fã dos magistrados. Agora, então...
Precisamos, com EXTREMA urgência, debater e controlar (senão coibir) o uso de drogas. Lícitas ou não.
O uso indiscriminado de drogas não é "democracia", mas um acinte à saúde mental - e geral - da população.
Espero, sinceramente, que suas palavras encontrem eco nos corações humanos "poderosos" e que surtam o efeito desejado.
Não alucinógeno, para a tristeza de muitos. continuar lendo

Prezado Gerivaldo,
Se o Sr. fosse alcoolista ou fizesse uso de drogas ilícitas, pouco importaria, a sociedade esta cheia de pessoas querendo provocar debates sobre este tema polêmico, sempre com um viés favorável a liberação e descriminalização da maconha por exemplo, que é a porta de entrada para o mundo da desgraça.
Nestas ocasiões surge muitos intelectos filosóficos, que chega a irritar.
No demais é melhor reconhecermos que perdemos a batalha, pois é mais fácil legalizar que combater, é mais bonito se drogar em sua casa em companhia de amigos e poder pegar seu carro no dia seguinte e ir trabalhar.
Mas resta uma dúvida, os desgraçados que roubam e matam por míseros reais para comprar uma pedra de crack..., a verdadeira preocupação é com eles,ou com os amigos que podem comprar para consumir no conforto do lar?
As vezes, me pergunto, com campanhas tão agressivas contra o uso do tabaco, talvez em algum momento as Cias do ramo tenham que redefinir sua estratégia de negócio para sobreviver, quem sabe elas não estão por trás das campanhas para descriminalizar a maconha. continuar lendo

Certamente existe toda uma estrutura que faz com que a legalização seja amparada por um tipo de controle de danos, que é ESTRATOSFERICAMENTE mais barato que o combate. Uma equipe multidisciplinar estruturada ao atendimento ao controle de danos ao usuário é muito mais viável. Estou torcendo para que haja a legalização com TODO este mecanismo, senão NÃO vai dar em nada. continuar lendo

A comparação entre o pessoal do churrasquinho e os usuários de crack, maconha e cocaína só pode ser uma hipérbole. Acho que não há nada na lei que proiba o cidadão de comer uma picanha ou uma costelinha. E os açougueiros não andam armados por aí atrás de seus clientes e devedores.
Não bebo, não sou churrasqueiro de final de semana, mas os excessos são feitos para encher o vazio da alma de cada um. Claro que alguns se excedem no churrasco e na cerveja apenas pela falta de comedimento. Já o tráfico e o uso de drogas destroem cidadãos, famílias e comunidades. continuar lendo

Exatamente. O tráfico destrói mesmo. Por isso a necessidade de regulamentação do tema (regulamentação que vá de acordo com o anseio social). Não acredito que usuários estejam felizes em financiar essa laia. continuar lendo

Caraca, será que tem que desenhar para entender?!?!? A crítica é justamente à lei, e não ao churrasco e a cerveja! continuar lendo

Perfeito Ben , invariavelmente o viciado compulsivo é uma pessoa que tem uma lacuna na alma e necessita preencher.Exceto o crack , nunca vi alguém que não se tornou dependente deste , conheço usuários de várias drogas que o fazem quando querem e tem controle.Dominam a droga e não o contrário (mas é bom deixar passar 3 anos de uso pra poder afirmar isto). continuar lendo

excelente comentário. continuar lendo

Meu caro, não é uma hipérbole, mas podemos considerá-la uma alegoria (com muito esforço). O foco não está nas gostosuras animais consumidas no churrasco, que não dariam a ressaca de segunda-feira. O foco é na hipocrisia na desigualdade de tratamento. Mas, creio que o objetivo principal do texto foi alcançado: estamos aqui discutindo a questão. Com demonstração de competência leitora ou não, estamos pondo o tema em debate! O caminho para qualquer proposta ou solução é por ai.
Vivianne Milward
Profº Drª Teoria da Argumentação e Profª do Curso de Direito da UNESA/RJ continuar lendo